Muito difícil essa abordagem, tendo em vista que crianças tem seu espaço invadido o tempo todo. São pegas no colo, recebem cócegas, cafuné, tudo sem permissão. Apenas chegam e invadem e se a criança se mostrar desconfortável suas vontades são rapidamente ignoradas e ainda chamadas de “frescas” ou mimadas.
Uma forma de começar a ensinar consentimento para as crianças é respeitando o seu espaço.
“Posso pega-la no colo?”
“Posso te dar um beijo?”
“Posso fazer carinho no seu cabelo?”
Se a resposta for “não” temos que engolir o orgulho e respeitar.
“Tudo bem, quando quiser um carinho eu estarei aqui.”
Crianças estão acostumadas a encontrar com outras na rua e já serem automaticamente induzidas ao abraço e ao beijo. Se ela se recusa acabam sendo forçadas mesmo contra sua vontade.
Citarei de forma básica algumas formas de ensinar consentimento:
– Não force abraço, beijo e nenhum tipo de carinho que a criança não queira
– Não faça chantagem para conseguir a demonstração de carinho
– Não diga que é “mais forte” que a criança, por isso conseguiria o que quisesse.
– Não peça para crianças guardarem segredos ou mentirem para seus pais, por mais inofensivo que pareça
– Não force a criança a comer. Se ela disser que está satisfeita, acredite.
– Não force para que a criança divida seus brinquedos. Incentive a partilha, mas se ela se recusar, oferte outro para a outra criança que estiver brincando ou distraia com outra atividade, mas não tire da mão ou faça da-lo a força.
– Ensine a criança a perguntar se outra a pessoa quer receber abraço/beijo antes de abraçar/beijar
– Ensine com exemplos. Use sempre “me desculpa, por favor, com licença e obrigada”. A criança aprenderá da melhor forma: na pratica.
Algumas frases comuns que falamos no dia dia e como podemos mudá-las para melhor desenvolvimento da criança:
– Não.
Podemos substituir por uma pergunta:
– Você tem certeza que que isso agora? O que acha de esperarmos mais algumas horas para fazer essa atividade?
Uma coisa eu aprendi com a maternidade: não desperdice “NÃO”, pois uma hora ele será essencial e pode não fazer efeito. Experiência própria.
– Você está fazendo errado.
Por:
– Que tal você tentar de outro jeito? Precisa de ajuda?
– Arrume seus brinquedos.
Por:
– Vamos arrumar seus brinquedos juntos? Eu ajudo você.
– Pare de chorar.
Por:
– Porque está chorando? O que aconteceu?
– Você não pode fazer “isso“.
Por:
– “Isso” que você está querendo fazer pode machuca-la. Vamos brincar de outra coisa?
– Não jogue o brinquedo.
Por:
– Se você continuar jogando seu brinquedo pode ser que ele quebre e você não o terá mais.
– Não é não. Pare de birra.
Por:
– Entendo que esteja bravo(a), mas não vai conseguir agora. Que tal fazermos outra coisa?
Na correria do dia-dia fica momentos de estresse acontecem, é completamente normal, mas precisamos ajudar na vivência e nas experiências das crianças, para que eles se tornem adultos melhores que nós.
Gostei das dicas